"Blogue direccionado a hedonistas, plebeus, diletantes, pedantes, mongolóides, escroques, pulhas, girondinos, jacobinos, pretensiosos, aristocratas, afectados, presunçosos, humildes, demagogos, medíocres e tudo!" - Bernardo Diniz de Alcoforado in "Noel Bouton de Chamilly já não mora aqui"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Danceterias














O nosso país, do qual nos orgulhamos tanto do seu calor e dias de sol, é dos países mais gélidos da Europa. Não há transporte público, casa comercial ou habitação em que se possa estar sem usar um casaco sobre três ou quatro peças de roupa e muitas vezes com gorro, cachecol e luvas à mistura.

Enquanto nos países onde a neve é tão abundante quanto em Portugal o é o Sol esta indumentária é exclusiva das ruas, utilizada unicamente num qualquer trajecto que envolva exposição às intempéries do general Inverno, em Portugal adoptámos o traje-cebola como dress-code de qualquer saída matutina ou nocturna.

O mais evidente exemplo disso é uma ida a um café, bar ou discoteca. É comum vermos dezenas de pessoas junto ao balcão, com os seus casacos vestidos, alguns ainda de gorro a esfregar as mãos enquanto peroram por uma qualquer bebida, fazendo lembrar um cenário da Sopa dos Pobres.

Nos países do leste e norte europeus, onde o frio é desditoso e mata mais pessoas que a solidão em Portugal, é normal ver pessoas de camisa e até t-shirt nos espaços nocturnos, porque esses países apostam no conforto do cliente e dão-lhe a regalia, já que é ele que paga as contas, de se poder sentir mais resguardado e quente dentro de portas: aquecimento.

Sei que as contas de ar condicionado e de outros dispositivos que permitem aumentar a temperatura dos espaços interiores são elevadas, mas enquanto não se apostar nessa possibilidade, sair à noite em terras lusitanas continuará a fazer lembrar um imenso encontro de jovens bloquistas.

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