"Blogue direccionado a hedonistas, plebeus, diletantes, pedantes, mongolóides, escroques, pulhas, girondinos, jacobinos, pretensiosos, aristocratas, afectados, presunçosos, humildes, demagogos, medíocres e tudo!" - Bernardo Diniz de Alcoforado in "Noel Bouton de Chamilly já não mora aqui"

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pulsar














Como aqueles exames em que necessitamos de estudar umas boas centenas de páginas para, depois de vasculharmos cada canto de cada página de medonha, entediante e interminável verborreia, no fim as respostas se resumirem a notas de rodapé que ousámos desprezar...

Como essas notas de rodapé, singelas anotações ao fundo de uma qualquer página perdida na vastidão de puerilidades que esta encerra...

Como essas notas de rodapé que, não poucas vezes, nada mais são que excepções, privilégios, prerrogativas...

Como essas notas de rodapé que mais não são que meros subterfúgios a leis, normas, obrigações, mandamentos...

Como essas notas de rodapé que, de tão pequenas e únicas, têm, no seu efeito, um poder inversamente proporcional à sua pequenez...

Como essas notas de rodapé que, de tão sinceras, despercebidas e raras, adquirem muito mais valor do que as toneladas de palavras que as precedem...

Como essas notas de rodapé que, apesar do peso das palavras que em cima lhes pendem, mantém-se intactas, robustas, no seu cantinho ao fundo da página...

Como essas notas de rodapé assim é a vida. Pequenas notas de rodapé que vamos escrevinhando no nosso longo e sinuoso livro. Livro pesado, pesaroso, cheio de palavras vãs, de futilidades mil, que por vezes é entremeado por deliciosas notas de rodapé, que cortam a direito sobre a frívola página do dia.

A vida são notas de rodapé. Não ignores as tuas.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mal-Entendido


















- Adoro quando acordas "contentinho" pela manhã!
(mal ela sabe que apenas quero ir à casa de banho, mas o mal já está feito e há que dar vazão aquilo que involuntariamente se iniciou. Desde que não seja ela a ficar por cima tudo há-de correr bem)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilema Báquico


















Fazer-me à vida ou fazer má vida?!

Safada II
















"Sentada no café, radiante, de perfume hipnotizante, a safada do post anterior, apreciava a essência do sabor do vinho. Sentei-me na mesa em frente, puxei de um cigarro... pedi um café... contemplei-a... olhei-a e ela olhou para mim piscando os olhos como de engodo se tratasse. Avancei para ela sem saber que sofria de blefaroespasmo."

Heitor, o desertor malfeitor empreendedor aka Filipe Lopes, o Homem dos Copes

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Safada















Num restaurante, sentada numa mesa em frente, ia jurar que se insinuava para mim. Afinal sofria de quilofagia.

Oz


















Malleus Maleficarum, além de me soar sempre (numa interpretação muito livre e muito minha) a "mal estão, mal ficaram", é um manual do séc. XV que permitia identificar bruxas, bruxos, bruxarias, feitiçarias e sei lá mais o quê, de forma a serem julgados por quem de direito em local próprio.

Dividido em três partes: a primeira permitia reconhecer as bruxas nos seus mais variados disfarces e dissimulações; a segunda apontava e explanava as feitiçarias e suas perniciosidades; a terceira funcionava como um código penal que permitia o enquadramento legal do julgamento e respectiva pena.

Todo este manual de boas práticas permanece actual e deveria ser reintroduzido (a alguns no rabinho) como compêndio jurídico nos tempos que correm. Talvez assim se aplicassem algumas penas a uns quantos feiticeiros e feiticeiras que, como que por artes mágicas, fogem por entre os pingos do dilúvio cominatório sem por eles serem sequer salpicados.

Porque, em pleno século XXI, como diz o povo: "...que as há, há!"

Lili Cristo ou Jesus Caneças















Preciso dum lifting espiritual.

Biciclismo
















Se praticamos ciclismo não devíamos guiar cicletas?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

sábado, 19 de maio de 2012

Anime















Uma dúvida me assola há muito: porque é que um povo com os olhos em bico desenha os mesmos tão redondos?!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Visceral


















- És tão politicamente incorrecto.
- Mas porquê? Existe só "politicamente", é?!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ex-Votos













Para mim a Santíssima Trindade resume-se ao acto de mijar, peidar e escarrar ao mesmo tempo, quando vamos ao urinol.

Reles















Stallone a passear em Ipanema.

Rocky in Rio.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Twisted

















Leio num título: "Festival de Carnes de 16 a 27 de Maio".

Epá, isto parece-me bem, penso eu.

Leio melhor. Afinal é Cannes, Cannes!!! Dammit!

Andrógino














Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és. A não ser que andes com o José Castelo Branco.

Comensal













Nós somos o que comemos, então eu devo ser uma grandessíssima porca.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Nortadas














A morte de Bernardo Sassetti, bisneto de Sidónio Pais, fez recordar-me do seu assassinato e, consequentemente, do Reino da Traulitânia, quando em Portugal ainda se andava à traulitada.

Agora manifestam-se, agitam bandeiras e cantam. Deve haver mais combatividade num acampamento de escuteiros do que em todas as manifestações do séc. XXI, neste país.

Um País Numa Chávena de Café















Duvido que outros países o tenham. Talvez Itália andará lá perto, visto que o consome de forma tão militante como nós. Este hábito tão nosso, como saudade e fado (ainda um dia hei-de escrever sobre esta ridícula falácia), de complicar o que de mais simples há na vida.

Nomear quase infinitamente uma pequena taça repleta de um líquido tão natural e simples como o café é obra.

Dependendo dos cambiantes que compõem a bebida, o português diverte-se a denominá-lo das mais diferentes formas de modo a fazer jus aos diferentes matizes que o compõem. É fascinante esta arte, ao mesmo tempo que revela, também ela, um pouco a esquizofrenia lusitana.

Qualquer português consegue atribuir mais nomes a um espresso e suas decomposições que Mendeleiev conseguiu atribuir a elementos químicos.

Esta coisa tão nossa, de tornar confuso algo tão puro e claro, tinha tudo para dar errado e, na maior parte das vezes deu. No entanto, por vezes, também nos permite alguns laivos de genialidade. Em mais alguma parte do mundo seria possível um indivíduo com transtorno dissociativo de identidade se tornar um génio literário lido em todo o mundo?

Fernando Pessoa é a problemática do café personificada. Tal como nós todos, ele não se encontrava bem, não sabia bem o que era, o que queria ser, para onde ia, donde vinha... Em suma, estava com as dúvidas que todos nós temos a vida toda e com o insaciável desassossego de qualquer manga-de-alpaca. No entanto, tal como fazemos com os cafés, Pessoa decidiu complicar e nomear todo e qualquer transtorno de identidade com que se deparou na vida. Fizesse eu o mesmo e teria já coleccionado mais heterónimos do que Pessoa e o Manuel João Vieira juntos.

Posto isto e de forma a não me afastar mais do propósito inicial deste post apenas me resta mencionar alguns dos títulos que me surgiram para nominar o café. Não contentes em designar as mais diferentes formas de tirar café, conseguimos, ainda, atribuir, pelo menos, quatro nomes para o mesmo produto: café, bica, espresso e cimbalino. Num país com 100m2 é de louvar.

Assim de cabeça e como quem bebe um café de um só trago: abatanado, escaldado, em chávena fria, pingado, garoto, italiana, curto, longo, sem princípio, carioca, descafeinado, com cheirinho (o meu preferido), duplo... e mais não sei, deixo à vossa imaginação.

Depois os portugueses são complicados, pouco claros e objectivos e sem capacidade de síntese. Quando neste país um café for um café talvez se cumpram um dia as palavras de José de Almada-Negreiros: "Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado".

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Agrilhoado














Aquele que somente almeja a fama será por ela sempre precedido.

Primus Inter Pares














Há apenas um aspecto que me aproxima de deus, o facto de ele ser igualmente doentio.

Misantropo?
















Não gosto de pretos, muçulmanos, caucasianos, judeus, árabes, paneleiros, latinos, homofóbicos, loiros, morenos, altos, baixos, magros e gordos. Enfim, prefiro mulheres.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Attractio














Quando, nas propostas de emprego, escrevem "pacote salarial atractivo" é-me frequente pensar que não precisava do "salarial" para nada.

Mandrião Indolente



















"...e ao sétimo dia descansou."

Não há mal nenhum nisso. Aos domingos a maioria de nós descansa. O mal é não ter ido trabalhar na segunda seguinte. Aliás, pelo resultado, parece-me que nunca mais lá pôs os pés.

Angioespermas













Sempre que vejo pólen no ar não consigo deixar de pensar que estamos a ser vítimas dum cumshot gigante. Há quem lhe seja alérgico. Pergunto-me se há mulheres que também espirram quando besuntadas com o sucedâneo masculino do creme Nivea?

Urofilia





















Pingo doce.

terça-feira, 8 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pleonasmo

















Depois das quotas para o género feminino na Assembleia da República, agora os lugares exclusivos, em certos parques de estacionamento, para carros híbridos. Não tarda muito teremos lugares só para gays também. Resta saber se nos parques se na Assembleia.

Crepúsculo














Se a noite é boa conselheira porque foi nela que cometi os actos de que mais me arrependi?

Sobras














- Deixaste lá alguma coisa?
- Não, apenas a minha dignidade.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Folga















Por vezes dou por mim a falar comigo, é a forma que arranjo para manter uma conversa inteligente.

terça-feira, 1 de maio de 2012