"Blogue direccionado a hedonistas, plebeus, diletantes, pedantes, mongolóides, escroques, pulhas, girondinos, jacobinos, pretensiosos, aristocratas, afectados, presunçosos, humildes, demagogos, medíocres e tudo!" - Bernardo Diniz de Alcoforado in "Noel Bouton de Chamilly já não mora aqui"

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

São Jorge





















Os atletas de Cristo. Agora que temos uma selecção nacional de futebol cristã, que poderia jogar no campeonato do Vaticano, para o ramalhete ficar completo podia-se bordar uma guitarra portuguesa na lapela.

Metamorfose

















Se somos o que comemos a esta hora deviam-me estar a crescer unhas de gel, o cabelo e o peito, devia ter voz de falsete e devia estar a ler a Happy estendido na cama.

Mourning Sun...

















...devia ser o nome do nascer do dia de Segundas-Feiras.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Teoria da Relatividade














Nunca percebi o dito "Não cuspas no prato onde comeste." Não cuspas no prato onde comeste?! Então vou cuspir em qual? Naquele em qual nunca comi? Como posso cuspir em algo que nunca comi? Se calhar é mais inteligente cuspir no prato onde ainda se vai comer? Cuspia-lhe em cima e depois ia lá chafurdar na minha molhanga, enquanto me babava pelos cantos da boca, com pedaços viscosos verdes pendurados nos lábios enquanto saboreava o prato no qual havia acabado de cuspir.

Desculpem, mas se há prato no qual posso cuspir é o prato no qual já comi. Primeiro, porque se já lá comi sei ao que ele sabe (e posso querer que ele prove do mesmo que me deu), e, acima de tudo já lá comi, pretérito perfeito, acto acabado! Por isso, se bem me aprouver cuspo-lhe em cima, tenho esse direito e quase autoridade para o fazer.

Se conheço aquele prato como ninguém, lhe conheço as curvas, o brilho, as cores, o guincho que dá quando, inadvertidamente, carrego um pouco mais o talher sobre ele, se o conheço desta forma, eu, mais que ninguém, tenho todo o direito de puxar da expectoração mais profunda do meu ser e, com uma gigante bola de mucosidades, escarrar pornograficamente sobre o prato onde comi!

Nunca devo é cuspir no prato no qual nunca comi, porque dele nada sei; nem cuspir no prato no qual vou comer porque isso faz de mim um grande porco.

Bifurcação















Estou à procura de emprego, só espero que não me arranjem trabalho.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pessoa(s)

















Há quem sofra de transtorno dissociativo de identidade e há Pessoa.

Danceterias














O nosso país, do qual nos orgulhamos tanto do seu calor e dias de sol, é dos países mais gélidos da Europa. Não há transporte público, casa comercial ou habitação em que se possa estar sem usar um casaco sobre três ou quatro peças de roupa e muitas vezes com gorro, cachecol e luvas à mistura.

Enquanto nos países onde a neve é tão abundante quanto em Portugal o é o Sol esta indumentária é exclusiva das ruas, utilizada unicamente num qualquer trajecto que envolva exposição às intempéries do general Inverno, em Portugal adoptámos o traje-cebola como dress-code de qualquer saída matutina ou nocturna.

O mais evidente exemplo disso é uma ida a um café, bar ou discoteca. É comum vermos dezenas de pessoas junto ao balcão, com os seus casacos vestidos, alguns ainda de gorro a esfregar as mãos enquanto peroram por uma qualquer bebida, fazendo lembrar um cenário da Sopa dos Pobres.

Nos países do leste e norte europeus, onde o frio é desditoso e mata mais pessoas que a solidão em Portugal, é normal ver pessoas de camisa e até t-shirt nos espaços nocturnos, porque esses países apostam no conforto do cliente e dão-lhe a regalia, já que é ele que paga as contas, de se poder sentir mais resguardado e quente dentro de portas: aquecimento.

Sei que as contas de ar condicionado e de outros dispositivos que permitem aumentar a temperatura dos espaços interiores são elevadas, mas enquanto não se apostar nessa possibilidade, sair à noite em terras lusitanas continuará a fazer lembrar um imenso encontro de jovens bloquistas.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Scarface

















Uma mulher disse-me uma vez: "Um homem não se quer perfeito, não se quer um bonequinho... um homem tem que ter cicatrizes..."

E cicatrizes na alma, contam?

Adultismo Primário


















Os adultos não existem, são uma convenção social.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Lição














A vida é uma aula de aeróbica (sem as cinco miúdas em lycra por m2):
- Insiste, não desiste!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Prioridade




















- O que procuras numa mulher?
- A sua vulva.

Claro Como a Água




"Onde uns vêem um copo meio cheio ou meio vazio, eu apenas vejo um recipiente com líquido."

António Tó, o Poeta só 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Birras

















Queria pedir ao Sr. Coelho que deixasse de ser piegas e não se queixasse dos salários dos políticos. Não é tempo de fazer birrinha, é tempo de trabalhar, labutar pelo país, nem que isso signifique abdicarmos de todas as negociatas que nos possam fazer milionários da noite para o dia. Decoro exige-se.

(de notar que habitualmente não faço comentários políticos, mas este, de tão fácil, era irresistível.)

Cedência
















Não sou pessoa para ceder facilmente, mas por ti abro uma excepção, minha safada.

Duque de Viseu e Senhor da Covilhã


















Este país tem o terrível hábito de se agarrar ao passado. Exaspera-me o persistente recordar do passado, de feitos ancestrais nos quais teimamos reclamar o nosso cunho. Achamos que salientar algo que de glorioso foi feito no passado nos dá a nós um pouco dessa aura. O facto de comungarmos do mesmo território e de alguma genética com seres que por aqui se passearam há 500 anos é motivo de orgulho nacional.

Sou dum povo que descobriu o mundo, que deu mundos ao mundo. Não, desculpa, mas não és. Quanto muito o povo da altura é que descobriu o mundo e tu não fazias parte dele, nem planeado estavas sequer. Se já é de mau tom um povo inteiro reclamar para si o feito de alguns que, na sua época, por esta ou por aquela razão, foram superiores ou tiveram a oportunidade de o ser; pior é passados quinhentos anos. Minha gente, quinhentos anos não é brincadeira, é muito tempo, dá para muita misturada...

Não, nós decididamente não pertencemos ao povo que iniciou a globalização (como tanto nos gostam fazer crer os nossos docentes). Esse povo era outro. Não era eu, nem tu, nem nenhum dos que está cá hoje. Por uma simples razão, ninguém vive tanto tempo.

Eu respeito a herança cultural dum povo. Mas desrespeito o abuso dessa herança. Aliás, a reiterada memória dessa longínqua época somente significa uma coisa, nada mais este valoroso povo fez, passámos 500 anos sem nada fazer. Brilhante. E como continuamos sem nada fazer limitamo-nos a recordar a época dos Descobrimentos e a festejá-la cada vez que assentamos uns tijolos e cimento.

Faz-se uma Exposição do Mundo Português, espetam-se um padrão dos Descobrimentos e uma rosa-dos-ventos com os "mundos que demos ao mundo". Cinquenta e poucos anos mais tarde fazemos uma Exposição Universal, qual será o tema? Calma, tenho um bem original, e se o tema fosse os oceanos, o nosso povo, tão ligado à descoberta marítima, merece essa homenagem. Podemos também construir uma ponte gigante e a torre mais alta do país e denominamo-las Vasco da Gama. Já agora se se construir um centro comercial ali por perto podemos também dedicá-lo ao Vasco porque consta que ele adorava comprar álbuns de música erudita na Fnac e de se passear na H&M, onde (registos recentes provam-no) comprou o barrete com que costuma aparecer nas telas. E uma estrada no Algarve, que tal apelidá-la de Via do Infante de Sagres? Se fizermos um hino podemos ter como primeiro verso algo relativo ao mar e aos nossos heróis que por ele navegaram. Também acho que  só nos ficava bem, se construíssemos um Freeport, que este tivesse uma fachada a fazer lembrar as intrépidas caravelas portuguesas.

Ideias não me faltam e gostaria de me prolongar com elas. Felizmente, Portugal e a sua magnânima história são tão pródigos em actos e feitos tão ilustres que pouco espaço resta para honrar os nosso heróis marítimos e suas hercúleas tarefas.

Por hoje é tudo, vou para a Ribeira das Naus ler excertos d' "Os Lusíadas".

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dá-lhe, Falácia!















Estuda meu filho, estuda. Sê bem-educado. Aprende. Estuda. Fala bem. Não dês erros. Aprende línguas... vai-te ser útil.. vais ver. Estuda. Instrui-te. Sê honesto. Sê honrado. Aprende História. Aprende Geografia. Cultiva-te. Dá o teu melhor. Estuda filho, estuda...

P'ró caralho! Antes um burgesso, grosseiro, rude e rico que um honrado e bem-educado pobre, que sabe onde fica Kuala Lumpur e quem são os Uigures. P'ró caralho!

Estuda filho, estuda e serás alguém um dia...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Burning



















"A vida é como um cigarro que arde. O passado é cinza que se desfaz com o sopro do tempo. O presente é brasa incandescente, que queima ligeira, veloz. O futuro arde-te nos lábios, pulveriza-se no putrefacto cinzeiro que é a alma"

Carta do Conde de Almeirim ao seu objecto amado, a Viscondessa da Luz, a 13 de Outubro de 1904

Estio














Depois de terem alterado o nome duma estação, de "Inverno" para "vaga de frio", proponho alterar o nome de "Verão" para "vaga de calor".

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Detalhes














Portugueses num bairro formam uma comunidade, pretos num bairro formam um gueto.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Acordo Braso-Brasileiro














Uma vénia a Vasco Graça Moura!

Marketing














Não sou nenhum expert em marketing, muito longe disso. Mas uma freguesia que apela aos mesmo consumidores e princípios dum Freeport ou dum Campera não augura nada de bom.

"Moscavide, um centro comercial ao ar livre." É só a mim que este mote não faz sentido nenhum?! O que podemos esperar dum freguesia que pretende ser um centro comercial gigante? "Música" MTV (quando ainda passava "música") aos berros no meio das ruas? Todas as pessoas a desejarem bons dias e boas tardes a quem passa, ao mesmo tempo que se oferecem para ajudar em alguma coisa? Bancas de ceroulas e boxers nos passeios? Grupos de famílias desdentadas e obesas a circular junto da restauração, que se podia colocar no centro das rotundas, por exemplo?

Não sei o que se pretende com este género de publicidade, mas algum sentido deve fazer a quem a "pensou".

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Questão Legal












Quando ela engole é considerado pedofilia ou ingerência em assuntos internos?

Little Finger














"Sou homem para isso e muito mais", dizia ele enquanto sorvia o chá com o dedo mindinho apontado ao céu.